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sexta-feira, 4 de maio de 2018

A Cultura como Ideologia II

As duas realidades, por Marilena Chaui, via Márcia Denser

Um texto lido ontem a noite pela escritora Márcia Denser, como estou buscando reflexões sobre o que venha a ser realidade, esse texto chegou em boa hora...aliás, se há uma coisa que não se encontra no Youtube e no resto da rede,  é sobre a realidade: não há nada, exceto algumas coisas que não consegui engoli, da linha da auto-ajuda, mecânica quântica, nada contra, mas há limite né...

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A Cultura como Ideologia II
II
Embasada num texto de Marilena Chauí (Le Monde Diplomatique/2008), esta segunda parte recua no tempo e trata dos fundamentos do conceito de “cultura”. Para o Iluminismo no século XVIII, a palavra “cultura” é sinônimo de “civilização”. Aqui cultura é o padrão que mede o grau de civilização de uma sociedade, um conjunto de práticas - artes, ciências, técnicas, ofícios - através das quais se pode avaliar e hierarquizar os regimes políticos segundo um critério evolutivo. Já no século XX, com a filosofia alemã, o conceito passa por uma transformação decisiva quando “cultura” se torna a diferença entre “natureza” e “história”.
A cultura é ruptura com a natureza. A ordem natural é regida pelas leis da causalidade e diz respeito à sobrevivência, à chamada Primeira Realidade (Bystrina), mas a ordem humana é ditada pelo universo simbólico ou semiosfera ou Segunda Realidade, e significa a capacidade humana de relacionar-se com o “ausente” e o “possível” através da linguagem e do trabalho. A dimensão humana da cultura é um movimento de transcendência para ultrapassar o tempo da existência (a morte) e o espaço (o ausente).